quinta-feira, 6 de maio de 2010

Aula 9

Organizações vistas como Instrumentos de Dominação
→ As indústrias alimentícias e de fumo gastam bilhões de dólares anuais com propagandas de produtos que fazem mal à saúde e que contribuem para a alta incidência de câncer e de doenças nos rins, fígado, coração e pulmões através dos aromatizantes, corantes, encorporantes, acidulantes, antibióticos e embalagens.
→ Organizações industriais, diariamente expelem milhões de toneladas de resíduos tóxicos em rios ou na atmosfera, ou então os enterram em recipientes que podem apresentar vazamentos. Intencionalmente ou não, a maioria das organizações apresentam um grande impacto negativo no mundo em que vivemos.
→ Embora muitos considerem as organizações como empresas racionais, que buscam objetivos que aspiram satisfazer a todos, existe muita evidência mostrando que esta visão é mais ideologia do que uma realidade.
→ Organizações são normalmente usadas como instrumentos de Dominação que maximinizam os interesses egoístas de uma elite às causas dos interesses dos outros.

Ao longo da história, organizações têm sido associadas a processos de dominação social nos quais indivíduos ou grupos encontram formas de impor a respectiva vontade sobre os outros. A organização como um processo de dominação tornou-se foco especial de estudo de teóricos radicais da organização, inspirados pelas abordagens de Karl Marx, Max Weber e Robert Michels.

Para Weber, dominação pode ocorrer de diversas formas.
→ Primeiro e mais claramente, dominação surge quando uma ou mais pessoas coagem outra através do uso direto de ameaça ou força.
→ Dominação ocorre também quando aquele que dita as regras pode impor a sua vontade sobre os outros que o aceitam como tendo o direito de fazer isto.

Weber identificou três tipos de dominação social que podem tornar-se formas legítimas de
autoridade ou poder:

Dominação Carismática: quando o poder de mando decorre das qualidades pessoais de um líder;
Dominação Tradicional: quando o poder de mando decorre de um respeito pela tradição ou pelo passado;
Dominação Racional-Legal: quando o poder de mando decorre de uma legitimação efetuada por leis, regras, regulamentos ou procedimentos.

Weber concluiu que a habilidade de um dirigente de usar estes tipos de autoridade legítima depende das ideologias e crenças dos mandados e também da capacidade do dirigente de desenvolver o aparato administrativo apropriado que serve de ponte entre mandante e mandado.

Assim, deduziu que cada modelo de dominação é acompanhado por um tipo particular de legitimidade e por uma forma específica da organização administrativa.

Tratou a burocracia como um instrumento de poder de primeira grandeza e considerou o processo de burocratização como uma séria ameaça à liberdade do espírito humano e aos valores de liberal democracia porque aqueles que se encontram no controle tem um meio de colocar em substituição os interesses e o bem estar das massas.

O sociólogo francês Robert Michels viu nas políticas da organização burocrática diferentes tendências oligárquicas considerando que mesmo líderes democraticamente eleitos e cheio das melhores intenções apresentam uma tendência de se tornarem parte de uma elite preocupada com os seus próprios interesses e presa ao poder a qualquer custo.

Como as organizações costumam explorar seus empregados
A Mania pelo Trabalho, Stress Social e Mental: organizações precisam da sua parcela de “maníacos pelo trabalho” por causa dos prazos a serem cumpridos e deliberadamente desenvolvem culturas que garantem a safra;
Política Organizacional e Organização Radicalizada: organizações caracterizadas por comportamentos políticos que refletem e reforçam as divisões de classe encontradas na sociedade acabam produzindo a separação entre interesses do capital e da força de trabalho ou entre sindicatos e direção de forma tão extremada que são chamadas “organizações radicalizadas”

Muitos empregados e administradores em todas os níveis da organização têm as suas vidas pessoais e a saúde sacrificada nos altares criados pelas empresas modernas.

Na opinião de muitos teóricos organizacionais radicais, embora se tenha avançado um longo caminho desde a exploração nua encontrada na escravidão e nos anos iniciais da Revolução Industrial, o mesmo padrão de exploração continua a existir hoje em dia através de formas mais sutis como:

Organização, Classe e Controle
→ organizações estruturam as oportunidades de trabalho para produzir e reproduzir a estrutura de classe das sociedades modernas;
Perigos, Doenças Ocupacionais e Acidentes de Trabalho
→ organizações abordam problemas relativos as condições inseguras de trabalho, acidente de trabalho, doenças ocupacionais de forma a incrementar os seus resultados a custa da exploração da saúde e do bem-estar dos empregados;
Multinacionais e Economia Mundial
→ Organizações gigantes chamadas “multinacionais” dominam a operação da economia mundial e influenciam nas estruturas de poder em todo o mundo.

Vantagens da Metáfora da Dominação
→ A metáfora mostra que a racionalidade é um modo de dominação.
→ Os aspectos ideológicos e éticos da organização tornam-se preocupações centrais.
→ A dominação pode ser intrínseca à organização.
→ A metáfora oferece uma forma de virar a mesa em relação às estruturas de poder existentes.
→ Entendemos melhor porque a história da organização tem sido marcada pelo conflito e a polarização.
→ A perspectiva desafia os administradores a desenvolver uma compreensão mais profunda da responsabilidade da empresa.

Limitações da Metáfora da Dominação
→ A metáfora pode aumentar a polarização entre grupos sociais se a dominação for interpretada como um objetivo e não como um resultado não intencional.
→ A metáfora pode nos levar a culpar tomadores de decisões individuais em vez de nos ajudar a ver que é a “lógica” do sistema como um todo que deve ser criticada
→ O enfoque nos padrões sistêmicos de dominação pode nos levar a perder oportunidades de criação de formas de organizações não dominadoras.
→ A metáfora às vezes é extremista demais.
→ Entendemos melhor porque a história da organização tem sido marcada pelo conflito e a polarização.
→ A perspectiva desafia os administradores a desenvolver uma compreensão mais profunda da responsabilidade da empresa.

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