quinta-feira, 13 de maio de 2010

Aula 10

Organizações vistas como Fluxo e Transformações

Nada no universo é estático

tudo muda

neste sentido é possível ver a organização como fluxo e transformação

evolução via auto-reprodução

evolução via feedback positivo e negativo

evolução através de crises e contradições

Sistemas vivos

os sistemas podem ser caracterizados como tendo um sistema dentro de si

as relações com qualquer ambiente são internamente determinadas

o ambiente é parte da organização do sistema

transações de um ambiente com seu ambiente são transações do sistema consigo próprio

Mudanças internas

Esta metáfora encoraja o entendimento da transformação ou evolução dos sistemas organizacionais com o resultado de mudanças geradas internamente

Autopoiesis

Maturana e Varela capacidade de auto-reprodução através de um sistema fechado de relações.

sustentam que o objetivo de tais sistemas é reproduzirem-se a si mesmos: sua organização e sua identidade própria são os produtos mais importantes

Metaforicamente

as organizações estão sempre atingir uma forma de confinamento auto referencial em relação aos seus ambientes, interpretando esses últimos como projeções de sua própria identidade ou auto-imagem

auxilia na compreensão de que muitos dos problemas que as organizações encontram ao lidarem com seus ambientes se acham intimamente ligados com o tipo de identidade que tentam manter

ajuda a perceber que as explicações da evolução, mudança e desenvolvimento das organizações devem dar basicamente atenção aos fatores que determinam a identidade de uma organização e, conseqüentemente, as suas relações com o mundo.

Organizações vistas como forma de narcisismo

Ao interpretar um ambiente, uma organização está tentando atingir o tipo de confinamento que é necessário para que esta se reproduza dentro de sua própria imagem.

É através do processo de auto-referência que os membros da organização podem intervir no seu próprio funcionamento e, assim, participar da criação e manutenção de sua identidade.

Ao projetar-se no seu ambiente e então organizar este ambiente, uma organização lança as bases para agir em relação a ele de maneira que, na realidade, permite à organização se auto-reproduzir.

Identidade e confinamento: egocentrismo versus sabedoria sistêmica

Se uma organização realmente deseja entender o seu ambiente, deve então começar tentando entender-se a si mesma, uma vez que a compreensão do ambiente é sempre uma projeção de si própria.

A auto-imagem de uma organização é crítica para moldar quase todos os aspectos do seu funcionamento e, em particular, o seu impacto no contexto de que faz parte; assim, organizações devem dedicar considerável atenção para descobrir e desenvolver um apropriado senso de identidade.

A caminho de uma nova visão da mudança e evolução organizacional

Todas as empresas têm sucesso em criar identidades de um tipo ou de outro, uma vez que sob muitos aspectos o processo global de organização é a realização de uma identidade. A medida que as organizações sedimentam as suas identidades, podem iniciar transformações mais amplas na ecologia social a que pertencem. Podem estabelecer as bases para a própria destruição. Ou, então, podem criar as condições que permitirão a elas evoluírem junto com o ambiente.

A longo prazo, sobrevivência só pode ser sobrevivência com o ambiente e nunca sobrevivência contra o ambiente ou contexto no qual se está operando.

Contradição e crise: a lógica da mudança dialética

Qualquer fenômeno implica e gera o seu oposto. A existência de um lado depende da existência do outro. Opostos estão entrelaçados em um estado de tensão que também define um estado de harmonia e totalidade. (yin e yang).

Análise dialética: Compreendendo como sociedades e organizações mudam a si mesmas.

É preciso começar pela compreensão das condições materiais de vida sob as quais os seres humanos produzem e reproduzem sua existência.

Três princípios dialéticos combinados podem explicar a complexidade da mudança:

primeiro princípio relaciona-se a processos de mudanças auto-gerados, em que os fenômenos mudam a si próprios como resultado de tensões em face dos seus opostos.

segundo princípio explica como a mudança pode assumir um caráter de desenvolvimento, no sentido de que cada negação rejeita uma forma anterior, embora mantenha ainda algo desta antiga forma.

terceiro principio refere-se aos processos de mudança revolucionários em que um tipo de organização social dá lugar a outro.

Vivendo com a contradição e gerenciando o fluxo

Procuram-se oposições em que um lado do fenômeno tende a gerar e existência de outro. O hábito de “pensar linearmente” tende a bloquear a capacidade de pensar dialeticamente, Desta forma, falha-se em perceber como as sementes do futuro se acham sempre embutidas nas oposições que delineiam o presente.

Uma imaginação dialética convida a abraçar a contradição e o fluxo como aspectos que definem a realidade. Isto possui conseqüências importantes para o modo de como ocorre a organização em todas as esferas da vida, encorajando o reconhecimento de que os parâmetros da organização definem os pontos de reagrupamento para a desorganização, de que o controle sempre gera forças de contracontrole e de que todo o sucesso é a base de um fracasso potencial.

Neste tipo de análise dialética, torna-se importante considerar que as tensões e oposições são primárias, sendo subsidiário o fato de que oposições tendem a surgir dentro das oposições, criando padrões de mudança em que a relevância das oposições primárias pode ficar mascarada por uma variedade de diferenças mais superficiais. A correta análise das mudanças e das disposições e tendências inerentes ao presente requer, então, atracar-se com as forças básicas que moldam a organização e a sociedade.

A análise dialética possui grandes implicações para a prática de mudança social e organizacional. Faz um convite para que se reflita a respeito das formas dentro das quais as oposições entre capital e trabalho, empresas e governo, capitalismo e comunismo, empregados e desempregados e até mesmo entre produção e vendas podem ser re-enquadradas de tal modo que as energias geradas pelas tensões tradicionais possam ser expressas de um modo novo. Assim, a análise dialética demonstra que a gerência das organizações, da sociedade e da vida pessoal envolve, em última análise, a gerência da contradição.

A visão dialética da realidade sugere que a tensão e contradição sempre estarão presentes, embora variem quanto ao grau de clareza, além de assumirem diferentes formas de acordo com as oposições que se manifestam.

Forças e limitações da metáfora do fluxo

Uma das maiores forças é que estas tentam esquadrinhar a natureza e a origem da mudança, de modo que se possa entender a sua lógica. Isto tem imenso significado para a forma pela qual são administradas e compreendidas as organizações. Caso haja uma lógica interna para as mudanças que determinam o nosso universo, torna-se então possível compreender e administrar a mudança em um novo e mais elevado nível de pensamento e ação.

Sugerir que os processos ocultos que, em última análise determinam a realidade, acham-se disfarçados na lógica da mudança que cria a totalidade da existência das pessoas. Embora isto possa parecer um tanto metafísico esta idéia tem implicações bastante concretas.

Permite que, ao se pensar sobre a lógica da mudança, fica-se encorajado a refletir sobre as pressuposições mais fundamentais que influenciam a organização e a sociedade. Muitas vezes tais pressuposições acham-se enraizadas em camadas ideológicas que encorajam as pessoas a aceitá-las pelo significado visível, sem a devida reflexão.

Constatação de que muitos problemas sociais e organizacionais pouco provavelmente podem ser resolvidos em partes. Embora os problemas possam ser uma conseqüência natural da lógica do sistema no qual se encontram, somente será possível lidar com tais problemas pela reestruturação da lógica.

A metáfora do fluxo apresenta algumas limitações:

pode ser argumentado que as abordagens geradas por este tipo de raciocínio são muito idealistas.

uma completa compreensão da lógica da mudança sempre depende de uma percepção tardia. Entretanto, isto não apresenta tanta relevância quanto a primeira limitação. Embora seja incontestavelmente correto dizer que a lógica da mudança explorada neste capítulo é muito mais poderosa para explicar o passado do que para prever o futuro, o seu esforço de predição é digno de nota.

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